18 de maio | Dia do Pagode

Pagode, embora originalmente associado a templos asiáticos, tem um significado totalmente diferente no Brasil, onde é sinônimo de samba raiz, nascido nos quintais e nas rodas de amigos. É uma celebração repleta de comida, bebida e música alegre.

O pagode surge como uma forma de resistência. Nos anos 80, os novos sambistas enfrentavam barreiras nas rádios, gravadoras e até mesmo nas escolas de samba. Suas vozes encontravam espaço apenas nas festas, conhecidas como pagodes.

Beth Carvalho é reconhecida como a madrinha desse estilo de samba. Em 1978, ao visitar o bloco Cacique de Ramos, ela abraçou talentos como Zeca Pagodinho e Jorge Aragão, incluindo-os em seu repertório. Para contextualizar, no pagode foram feitas inovações instrumentais, como dar mais destaque ao cavaquinho, introduzir o banjo e substituir o surdo pelo repique de mão. Somente nos anos 90 é que grupos mais comerciais começaram a fazer alterações no ritmo.

Uma das características principais do pagode é sua atmosfera de celebração. As rodas de pagode são encontros informais, onde amigos se reúnem para tocar, cantar e dançar ao som de músicas que falam de amor, saudade, alegria e resistência.

Com o passar dos anos, o pagode se reinventou e se adaptou aos novos tempos, reunindo influências do pop, do funk e de outros estilos musicais. No entanto, sua essência continua a mesma: é a voz do povo, cantando suas alegrias e suas dores, suas lutas e suas conquistas. E em cada batida do pandeiro, em cada acorde do cavaquinho, ecoa a história de um povo que encontra na música uma forma de resistir e de celebrar a vida.

Feliz dia do pagode!

Reportagem redigida por Patrick Caline. Revisão editorial por Anna Neves